segunda-feira, 5 de novembro de 2018
PERSONAGENS DO MUNDO LUSÓFONO
Outra macro-tarefa deste semestre é "apresentar algum personagem do mundo lusófono". Aqui coloco alguns deles afim de que vocês os conheçam e logo procurem outros escritores, poetas, cantores, arquitetos, cientistas, emfim personagens angolanos, caboverdianos, brasileiros, portugueses ou de qualquer outro país lusófono.
Para essa apresentação vocês poderão trabalhar em grupos de três pessoas, organizem-se, vamos agendar a atividade.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGimb3TThXCct8rjguis8LKrTLtLibnJTNbiMeQMZDCloRBrTaqdCAnhWsXrer0zpPWi6IqqJWZaqpl9gHFXfyeQXqfxFNywTAAvn7qRYS2BvpCX2gimpLK9LSjxJ5RXJr620WetR4z4g/s200/C.Drummond.b.jpg)
Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros de Drummond, Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.
Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo. Em Sentimento do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A rosa do povo (1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.
Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.
Em mão contrária traduziu os seguintes autores estrangeiros: Balzac (Les Paysans, 1845; Os camponeses), Choderlos de Laclos (Les Liaisons dangereuses, 1782; As relações perigosas), Marcel Proust (La Fugitive, 1925; A fugitiva), García Lorca (Doña Rosita, la soltera o el lenguaje de las flores, 1935; Dona Rosita, a solteira), François Mauriac (Thérèse Desqueyroux, 1927; Uma gota de veneno) e Molière (Les Fourberies de Scapin, 1677; Artimanhas de Scapino).
Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.
(1922-2003)
Nasceu em Lourenço Marques (atual Maputo, Moçambique).
Autodidata,
desempenhou diversas actividades tais como funcionário da Imprensa
Nacional de Lourenço Marques, jornalista, futebolista, tendo também
colaborado em diversas publicações periódicas, nomeadamente O Brado Africano, Itinerário, Notícias, Mensagem, Notícias do Bloqueio e Caliban.
Foi
preso pela PIDE, mantendo-se na prisão durante 5 anos. Posteriormente
após a independência de Moçambique foi membro da Frelimo e presidiu à
Associação Africana.
Recebeu
o Prêmio Alexandre Dáskalos, o Prêmio Nacional, em Itália, o Prêmio
Lótus, da Associação Afro-Asiática de Escritores e o Prêmio Camões, em
1991. É um dos mais reconhecidos poetas da língua portuguesa e um dos
maiores escritores africanos.
Obra: Xibugo, 1964; Cântico a um Dio de Catrane, 1966; Karingana Ua Karingana, 1974;
Cela 1, 1980 e Maria, 1988
Veja outros poemas do autor em: http://geocities.yahoo.com.br
Veja também o poema “Maria & José”, de Antonio Miranda, em homenagem ao poeta José Craveirinha: http://www.antoniomiranda.com.br
UM HOMEM NUNCA CHORAAcreditava naquela históriado homem que nunca chora.Eu julgava-me um homem.Na adolescênciameus filmes de aventuraspunham-me muito longe de ser cobardena arrogante criancice do herói de ferro.Agora tremo.E agora choro.Como um homem treme.Como chora um homem!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFjbbxTcNLenbyFGj16lRIAaq1_1rRXipuMG7ChOdKCkr4jRiE6KV8b6oTaA0ivtlri5Depvss8QgUf9TL0W5RiZgsvKxotKLfpW-Nmt0lYnJ5-0mA0wTKlASR658dCyR8BltCo_5ur6U/s200/Chico+Buarque3.jpg)
Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido por Chico Buarque (Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944), é um músico, dramaturgo e escritor brasileiro. É conhecido por ser um dos maiores nomes da música popular brasileira (MPB). Sua discografia conta com aproximadamente oitenta discos, entre eles discos-solo, em parceria com outros músicos e compactos.
Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Cesário Alvim, escreveu seu primeiro conto aos 18 anosganhando destaque como cantor a partir de 1966, quando lançou seu primeiro álbum, Chico Buarque de Hollanda, e venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a música A Banda. Autoexilou-se na Itália em 1969, devido à crescente repressão do regime militar do Brasil nos chamados "anos de chumbo", tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização no país. Na carreira literária, foi vencedor de três Prêmios Jabuti: o de melhor romance em 1992 com Estorvo e o de Livro do Ano, tanto pelo livro Budapeste, lançado em 2004, como por Leite Derramado, em 2010.
Foi casado por 33 anos (de 1966 a 1999) com a atriz Marieta Severo, com quem teve três filhas, Sílvia Buarque, Helena e Luísa. Chico é irmão das cantoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina. Ao contrário da crença popular, o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda era apenas um primo distante do pai de Chico.
Em 2 de dezembro de 2012, foi confirmado por Miguel Faria, um documentário, do qual apresentará um show de Chico organizado para a produção, mesclado com depoimentos dele e de outros nomes da música nacional, além de encenações com personagens das canções mais famosas do artista.
Fadista Marco Rodrigues
Marco Rodrigues apenas sabe, até aos quinze anos, que o fado é um género musical e que a sua maior diva é Amália Rodrigues. Quis o destino que o fado lhe entrasse pela vida, sem pedir licença, quando se muda para Lisboa, vindo do Norte de Portugal. E toda a sua vida muda
Em 2010, Marco Rodrigues edita o seu segundo álbum Tantas Lisboas(label Universal Music Portugal) que tem como convidados Carlos do Carmo e Mafalda Arnauth e conta, entre os compositores e letristas, com Boss AC, Tiago Torres da Silva, Inęs Pedrosa e Tiago Machado, que assina também a produção do álbum. Marco Rodrigues passa a infância e a adolescência sem qualquer ligação ao fado embora sempre em contacto com outros géneros musicais. Mas o destino, esse, leva-o para o fado concorre ŕ Grande Noite do Fado 1999, no Coliseu de Lisboa, e vence na categoria Sénior, apesar da tenra idade. Poucos meses depois, Marco Rodrigues estreia-se como profissional no Café Luso, em Lisboa onde permanece, até 2012, como fadista e violista residente, assumindo também a direção artística. Atua em Portugal, Espanha, França, Suíça e Inglaterra, a par de nomes como Carlos do Carmo e Ana Moura, destacando-se a participação no concerto de Mariza, no Royal Festival Hall, em Londres. Um ano depois do lançamento do seu primeiro álbum “Fados da Tristeza Alegre, Marco Rodrigues é distinguido com o Prémio Amália Rodrigues 2007, na categoria Revelação. Marco Rodrigues grava O Tempo a Cantar (original de Fernando Alvim que integra o álbum Fados e Cançőes do Alvim [2011]), a convite do reconhecido músico, e participa nos concertos ao vivo de Fernando Alvim na Casa da Música, no Porto e no Teatro da Trindade, em Lisboa. Em agosto de 2011, grava um tema no novo trabalho de Maria Gadú, a convite da cantora brasileira.Mais uma Página, editado no Brasil em dezembro de 2011, integra a A Valsa – o dueto de Marco Rodrigues com Maria Gadú. A 2 de dezembro de 2011, Marco Rodrigues integra o elenco de fadistas que atua na Gala Fado Património da Humanidade, espetáculo comemorativo da distinção do Fado como Património Imaterial da Humanidade, atribuída pela UNESCO no final de novembro do mesmo ano. Interpreta “A rima mais bonita”, numa das atuações mais aplaudidas do concerto transmitido em direto na RTP1. Marco Rodrigues é responsável pelo concerto de abertura dos espetáculos de Maria Gadú, nos coliseus de Lisboa e Porto, em maio de 2012, recebendo os mais elogiosos comentários da crítica: Canções como O Homem do Saldanha, A rima mais bonita e o Fado do estudante, este último cantado em coro pela plateia, envolveram o público presente a ponto de aplaudir de pé o cantor e o trio que o acompanhavať (Jornal Hardmúsica); Fado do Estudante, de Vasco Santana, pôs todo o público a cantar com o fadista. A rima mais bonita encerrou o concerto de Marco Rodrigues que foi aplaudido de pé. Depois de um aquecimento animado, com fados tão conhecidos como o Homem do Saldanha, Marco Rodrigues terminou com um Coliseu [do Porto] praticamente repleto a trautear o Fado do estudante e a aplaudi-lo de pé. O fadista assume, em junho de 2012, as funções de diretor artístico da Adega Machado, uma das mais conhecidas casas de fado em Lisboa, onde integra também o elenco residente. (in www.museudofado.pt )
MALANGATANA
Era o nome mais reconhecido da arte africana lusófona. Autor de uma obra vasta e muito pessoal, Malangatana faz o cruzamento da cultura indígena com a cultura do colonizador, criando assim uma identidade cultural moçambicana. Tornou-se também numa espécie de senador do seu país.
Actualmente, podem ser vistas obras de Malangatana em duas exposições em Portugal. Uma com desenhos inéditos, intitulada "Novos Sonhos a Preto e Branco", na Casa da Cerca, em Almada, outra com obras da colecção de arte africana de Pancho Guedes no Mercado de Santa Clara, junto à Feira da Ladra, em Lisboa. Há murais em Maputo e na Beira (Moçambique), mas também em espaços públicos na África do Sul e na Suazilândia, na Suécia e na Colômbia. E a sua arte está representada em colecções de museus de Lisboa e de Luanda, Harare (Zimbabwe) e Nova Deli (Índia). Além de ter realizado exposições, individuais e colectivas, em grandes museus e galerias de todo o mundo.
São algumas das marcas do reconhecimento internacional de Malangatana Valente Ngweny, o pintor moçambicano que morreu na madrugada de ontem, aos 74 anos, em Matosinhos, no Hospital de Pedro Hispano, onde tinha sido internado há alguns dias para tratamento de um cancro.
Pancho Guedes, arquitecto seu amigo e a quem Malangatana ficou a dever as condições para afirmar a sua vocação de artista na capital moçambicana no final da década de 50, foi dos primeiros a expressar o seu pesar pelo desaparecimento deste "artista único". "É uma notícia terrível. Eu sabia que estava doente, mas ele, que era um grande optimista, dizia sempre que estava tudo bem", disse ontem ao P2 Pancho Guedes, agora a viver entre Lisboa e Sintra, mas que realizou grande parte da sua obra em Moçambique nos anos 50 e 60.
"Malangatana foi o primeiro artista [plástico] africano, negro, moderno no espaço da lusofonia", diz José António Fernandes Dias, director da plataforma cultural África.cont, comissário e especialista em arte africana. A pintura de Malangatana configura um certo arquétipo da arte do continente negro, com as cores quentes e uma presença ostensiva da figura humana a ocupar todo o espaço da tela.
Era o nome mais reconhecido da arte africana lusófona. Autor de uma obra vasta e muito pessoal, Malangatana faz o cruzamento da cultura indígena com a cultura do colonizador, criando assim uma identidade cultural moçambicana. Tornou-se também numa espécie de senador do seu país.
Actualmente, podem ser vistas obras de Malangatana em duas exposições em Portugal. Uma com desenhos inéditos, intitulada "Novos Sonhos a Preto e Branco", na Casa da Cerca, em Almada, outra com obras da colecção de arte africana de Pancho Guedes no Mercado de Santa Clara, junto à Feira da Ladra, em Lisboa. Há murais em Maputo e na Beira (Moçambique), mas também em espaços públicos na África do Sul e na Suazilândia, na Suécia e na Colômbia. E a sua arte está representada em colecções de museus de Lisboa e de Luanda, Harare (Zimbabwe) e Nova Deli (Índia). Além de ter realizado exposições, individuais e colectivas, em grandes museus e galerias de todo o mundo.
Pancho Guedes, arquitecto seu amigo e a quem Malangatana ficou a dever as condições para afirmar a sua vocação de artista na capital moçambicana no final da década de 50, foi dos primeiros a expressar o seu pesar pelo desaparecimento deste "artista único". "É uma notícia terrível. Eu sabia que estava doente, mas ele, que era um grande optimista, dizia sempre que estava tudo bem", disse ontem ao P2 Pancho Guedes, agora a viver entre Lisboa e Sintra, mas que realizou grande parte da sua obra em Moçambique nos anos 50 e 60.
"Malangatana foi o primeiro artista [plástico] africano, negro, moderno no espaço da lusofonia", diz José António Fernandes Dias, director da plataforma cultural África.cont, comissário e especialista em arte africana. A pintura de Malangatana configura um certo arquétipo da arte do continente negro, com as cores quentes e uma presença ostensiva da figura humana a ocupar todo o espaço da tela.